O Santo e o Mistério de Lisboa
Leslie Charteris
Tradução:
Fernanda Pinto Rodrigues
Capa: Lima de Freitas
Colecção Vampiro
nº 298
Livros do
Brasil, Lisboa s/d
De tão profunda, chega a ser um lugar-comum a observação
filosófica de que o passado de um homem só é, realmente, passado quando ele está
morto e enterrado, e de que qualquer conflito ou qualquer incidente da sua
vida, embora ele o tenha há muito classificado de história antiga e, para todos
os efeitos, esquecido, pode muito bem estar apenas a aguardar, com a infinita
paciência de uma bomba relógio, o momento oportuno de reentrar violentamente no
ameno dobar dos seus dias.
2 comentários:
O titulo levanta um "mar de curiosidades"...
As curiosidades, caro Luís, ficam-se pelo título. Nada mais.
O título da edição original é «The Saint in Pursuit», o que, traduzido à letra nos dará «O Santo em Perseguição».
O Santo em Lisboa será colocado como mero expediente saloio de levar à compra de mais uns exemplares.
O romance começa a sua acção em Lisboa, mas tem o seu final em Genebra.
De Lisboa, apenas uma vaga conversa inicial de Simon Templar com um seu companheiro de espionagem nos tempos em que, durante a guerra, estiveram em Lisboa e lembram o «Avenida Palace».
Não há nenhuma referência a um restaurante, a um café e os personagens hospedam-se no Hotel Tejo, que não consigo localizar e também a menção a uma loja de antiguidades na Rua do Ouro, esquina com a Rua Vitória, e eu puxou-me para lembrar aquele anúncio radiofónico: « Candeeiros bem bonitos, modernos e originais, compre-os na Rádio Vitória.» e num relance: «O táxi meteu por uma rua que descia na direcção do estuário do Tejo.»
Também uma menção à aguardente velha Ferreirinha, que eu apenas sei de nome porque nos meus tempos de álcoois frequentava a «Antiqua».
Pelo meio uma baixeza que tanto poderia ser em Lisboa como sei lá onde:
«Felizmente não há canibais em Lisboa! – exclamou Curt Jaeger, indo ao encontro de Vicky Kinian, que acabava de descer a escada. – Se houvesse seria uma desgraça, porque como dizem da América, está tão bonita que apetece comê-la.»
E ala que partimos para Genebra e de Lisboa ficamos com o título.
A inclusão dos volumes da Colecção Vampiro em «Olhar as Capas» tem o intuito de publicar as capas de José Cândido Costa e de Lima de Freitas. Gosto mais das capas de Cândido Costa do que das de Lima de Freitas e, ainda não confirmei, mas penso que do Cândido Costa, para lém das que foram publicadas, não tenho mais.
Durante o período de férias, o meu pai era um consumidor de livros da Vampiro.
Acabei por ir na peugada, mas não li tudo. Há por ali muita ganga.
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