Claro que Leonard
Cohen, num daqueles banquetes lá no paraíso, mandou descer mais uma garrafa de
vinho tinto, e esboçou um sorriso.
É que os filhos, mais
o agente que geriu os dez últimos anos, de Cohen andam em sérias contendas,
tudo à volta de como gerir, ou gamar, um património avaliado em 45 milhões de
euros.
Provoca alguma
tristeza saber que um tipo que escreveu das mais brilhantes canções, se veja
enredado em estúpidas contas de mercearia.
A família
acontece-nos mas os agentes escolhem-se e Cohen nunca foi muito bom nesse
pormenor. Ainda nos lembramos que já tivera problemas com Kelley Lynch que
acabou condenada em tribunal por se ter abotoado com cinco milhões de dólares
enquanto Cohen esteve a viver num retiro budista.
Mas fiquemo-nos com
as coisas muito boas, para além das canções, que Leonard Cohen fez enquanto por
aqui andou. Como aquele dia em que soube que à sua musa Marianne Ilhen, os
médicos tinham diagnosticado uma leucemia incurável e ele apressou-se a
escrever-lhe:
«Bem, Marianne, chegámos a este ponto em que somos tão velhos que os nossos corpos se desfazem; penso que te seguirei muito em breve. Quero que saibas que estou tão próximo de ti que, se estenderes a tua mão, creio que conseguirás tocar a minha. Sabes que sempre te amei pela tua beleza e sabedoria, mas não preciso de alongar-me, porque já sabes tudo isso. Quero apenas desejar-te boa viagem. Adeus, velha amiga. Com todo o amor, encontrar-te-ei pelo caminho».
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