Na Travessa do
Possolo, Maria acorda Aníbal.
- Já é dia de pontapeares o Costa.
- Ah!, é verdade!...
Então, entre outras, pontapeou:
«A crise habitacional que se vive no país é o resultado do falhanço da política
do Governo no domínio da habitação nos últimos sete anos, com custos sociais
elevados para muitos milhares de famílias.»
No café do bairro, lembraram que a múmia de Belém, mandou liquidar a frota pesqueira, destruiu a agricultura, desindustralizou o país.
Na Gare Marítima de
Alcântara, até ao dia 31 de Março, está patente uma exposição que lembra que o
Barreiro foi uma enorme concentração industrial portuguesa chamada CUf,
responsabilidade de Alfredo da Silva.
«Trabalho sem
descansar. Trato da minha vida, ocupo-me da vida dos outros. Esforço-me por que
não paralisem as fábricas que dirijo.
Nunca aos meus
operários faltou pão e trabalho.»
Desabafo de Alfredo da Silva ao ser perseguido durante a revolução de 19 de Outubro de 1921.
José Pacheco Pereira, no dia 11 de Março, escreve no Público um muito interessante artigo sobre esta exposição na Gare
Marítima de Alcantara e começa por citar uma frase L.P. Hartley:
«O passado é um país estrangeiro: lá as coisasa são feitas de maneira diferente.»
Um passo do artigo de Pacheco Pereira:
«Este mundo é o do “passado” de Hartley, que está longe mas também nos “fez”. Podemos não ter a memória do que era a serapilheira, não saber o que é o esperanto, muito menos falá-lo, nunca ter respirado o ar junto da Rua do Ácido Sulfúrico, não saber porque é que um esquadrão permanente a cavalo da GNR fazia parte das “forças de segurança” do Barreiro, porque é que há tantos bons jogadores de xadrez na cidade, ou como era descer ao fundo do rio Tejo num escafandro que nem sequer era impermeável para salvar um batelão, desconhecer o que era uma “muleta” que não era para quem coxeava, ter uma ideia do mundo fervilhante do rio, fragatas e fragateiros, estivadores e pescadores, conhecer a tentativa dos “padres operários” para assegurar uma melhor vida para os seus fiéis e “infiéis”, ou saber quanto custava a uma família da outra margem tirar os vários bilhetes para irem visitar um pai ou um irmão na Cadeia do Forte de Peniche. Tudo isto é o Portugal real e está nos arquivos do Barreiro e em nenhum outro lado.
1.
Segundo a ASAE, a
margem de lucro dos retalhistas chega a 50 por cento em produtos alimentares essenciais e essa é a
razão porque cebolas, cenouras, ovos se situam, hoje, nos produtos alimentares
de luxo.
Segundo a DECO três
quartos das famílias portuguesas enfrentam mensalmente dificuldades
financeiras.
Portugal é um dos países da União Europeia onde o preço dos ovos mais subiu; segundo a DECO três quartos das famílias portuguesas enfrentam mensalmente dificuldades financeiras.
Francisco Louçã
defende que, «depois de um ano como este,
um Governo como este não governa até 2026»,considerando que houve pessoas que
«foram enganadas» com a promessa da
estabilidade da maioria absoluta.
2.
Enquanto decorre uma
guerra que nos garantem ser feita em nome da democracia e para salvar a
democracia, e que, talvez, a paz possa acontecer em 2025 – sérias dúvidas! – a
senhora Lagarde sobe juros, aumentando em meio ponto percentual o custo do
dinheiro, apesar da crise bancária que se anuncia.
3.
Os bispos portugueses
andam pelas sacristias aos papéis sobre os crimes praticados por membros da
Igreja que sempre tentaram ocultar.
Laborinho Lúcio, Juiz
conselheiro jubilado, ex-ministro da Justiça:
«Há pelo menos duas posições na Igreja, uma ultra conservadora, reacionária, completamente fechada às vítimas e ao seu sofrimento. E há a posição de abertura que é a do Papa Francisco, do Evangelho, a do respeito pelas vítimas, de apoio ao seu sofrimento, da tal "tolerância zero". Estas duas posições são inconciliáveis, qualquer tentativa de reconciliação favorece a primeira e, provavelmente, foi o que aconteceu.»
4.
Parte do governo de
António Costa mudar-se-á para o edifício da sede da Caixa Geral de Depósitos até
2026 e a mudança custará cerca de 40 milhões de euros.
5.
«O almirante Gouveia e Melo. Esteve bem na defesa da disciplina, que,
como afirmou, é a cola que garante a coesão das Forças Armadas. Mas falhou
redondamente no outro mandamento: a reserva. A instituição militar não pode,
nem deve, expor os seus problemas na praça pública e em tempo real. A discrição
e a sobriedade são regras de ouro no exercício dos mais altos cargos da
hierarquia militar. Ora, o chefe de Estado-Maior da Armada sabe bem que a
reprimenda que deu à tripulação, do alto de um púlpito montado na coberta do
navio, foi um ato intencionalmente público, que teria repercussão na
comunicação social. Por isso, é legítima a suspeita de que o momento foi
aproveitado para a sua promoção pessoal, no quadro duma mal disfarçada ambição
política a caminho de Belém. Terceiro tiro no porta-aviões.»
José Mendes no Diário de Notícias
1 comentário:
1 - IVA zero - este IVA zero equivale a dizer que "os lobos" embolsam mais uns cobres e o consumidor não pagará menos - alguém tem dúvida?
2 - a seráfica Lagarde faz parte da alcateia!
3 - igreja/inquisição
4 - nós pagamos!
5 - preso por ter cartão é por não ter cão - está a aprender.
A Democracia tem as costas largas, até a múmia sempre que fala é para defender a democracia.
Enviar um comentário