Na Sociedade Recreativa Vitalense, a Campolide, os
intervalos eram mais que a dança. Poucas damas, muito bufete e às vezes os
desavergonhados sorteios de rifas, ainda por cima. Com tantas pausas, os cavalheiros
perdiam o gosto ao baile e vinham para a varanda trinar as meninas Perez que
pousavam na janela do prédio ao lado, sequestradas pelo pai. Três lírios, as
manas Perez. E o pai, um galego desalmado que comandava a tasca por baixo
delas, sem ouvido para a música.
José Cardoso Pires em A Cavalo no Diabo, Publicações Dom
Quixote, Lisboa Novembro 1994.
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