segunda-feira, 2 de setembro de 2013

AS COISAS PASSAM-SE ASSIM


Conhecendo-se, através da sua obra, das suas entrevistas, da sua vida, o posicionamento político, ético e moral de Jorge de Sena, fortemente castigado por um exílio, no Brasil e nos Estados Unidos, de quase toda uma vida, é interessante encontrar estas suas palavras.

O texto está datado de  30 de Novembro de 1953 e faz parte dos Diários:

Estava eu à espera de um eléctrico vislumbro o sr. Rosa, que foi há muitos anos meu alfaiate; entrou depois para a PIDE, e eu, em consequência nunca vejo… Eu olhando os letreiros dos eléctricos atentamente, e ele, direito a mim, pegando-me na mão: - Como está?... Lá fiz a sua informação política para a casa do bairro da Ajuda… Quando a tiver, os meus parabéns. Muito obrigado, já recebi o aviso – e enfiei para um carro. É inacreditável, mas nada que eu não esperasse, que as coisas se passem assim.
À noite comecei a traduzir o livro de Mazo de la Roche, que vou lendo adiante.

Jorge de Sena, Diários, 

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