NA PRIMEIRA PÁGINA do Diário de Notícias
de ontem, lia-se que Portugal é o país mais pessimista da União Europeia
.
TAMBÉM FICOU A SABER-SE que, em cada 100 portugueses, só nove acreditam nos partidos políticos.
DOS 43 MIL DOCENTES ainda por empregar, apenas 5794 conseguiram um contrato para lecionar
este ano letivo. Há mais 1900 lugares para disponibilizar nas escolas.
Para a Fenprof, os números agora divulgados
confirmam que a instabilidade e o
desemprego são imagens que marcam o início de um ano letivo que o ministro da
Educação e o primeiro-ministro teimam em considerar absolutamente normal.
EM PLENA PRÉ-CAMPANHA ELEITORAL para as autárquicas, o primeiro-ministro e o
ministro da Educação inauguraram dois centros escolares em funcionamento há
vários meses.
GASPAR DEMITIU-SE do governo por ter reconhecido que o estado a que o país chegou é fruto
dos erros da política que impôs.
Portas demitiu-se
porque o Pedro nomeou Maria Luís Albuquerque para as Finanças e esta iria
prosseguir a mais que errada política de Gaspar.
Acabou por dar o
dito por não dito.
Esta semana, Maria e
Paulo, andaram de braço dado pela Europa a fazer não se sabe bem o quê.
PEDRO TADEU
no Diário de Notícias:
A acusação, agora,
é esta: a esquerda é desumana porque critica as ideias das pessoas de direita
que morreram. Por outro lado, não está disponível para debater política, pelo
que não contribui para o progresso do País.
Houve uma exceção
entre os que se dedicaram à questão da suposta honra ofendida de António
Borges: Vasco Pulido Valente repetiu pela enésima vez que todos, à esquerda e à
direita, são ignorantes. Sendo essa uma constatável verdade, não nos desempata,
porém, o antagonismo.
Vamos à primeira
questão: querem que cite os textos de pessoas de direita que, reconhecendo as
capacidades intelectuais de Álvaro Cunhal, o estraçalharam até ao limite de lhe
atribuírem uma objetiva cumplicidade com os crimes hediondos do estalinismo? E
isto na semana em que ele morreu?
Querem que recorde
como Vasco Gonçalves foi, simplesmente, enxovalhado mais aos seus curtos 15
meses de governo, na data da sua morte, 30 anos depois (sim, 30 anos depois!!),
apontados em turbilhão jornalístico como principais responsáveis pelo atraso do
País? Mais do que o Estado Novo?!
E quando morreu
José Afonso? E quando morreu José Saramago? E quando morreu Rosa Coutinho? Não
foram todos, estes e outros, criticados do ponto de vista ideológico por
pessoas de direita? Alguém se queixou de essas opiniões, a um tempo legítimas e
contestáveis, como todas as opiniões, ofenderem a ética e a moral? Foram
aqueles exemplos momentos de "suspensão de hostilidades" (para usar a
alegação mais reproduzida) da direita em reação à morte de pessoas da esquerda?
Não.
Quanto à acusação
de a esquerda não estar disposta a participar num sereno debate de ideias
políticas, despido de preconceitos ideológicos, venho aqui propor, para
começar, seis pontos que gostaria de analisar, diferentes daqueles que a
direita, todos os dias, me tenta impor para discutir:
1 - Há
nacionalizações que fazem sentido e são urgentes?
2 - O aumento
generalizado de salários e de poder de compra dos trabalhadores é necessário?
3 - Deve haver um
limite para a riqueza pessoal?
4 - A saída de
Portugal do euro é inevitável?
5 - O Estado deve
emagrecer?
6 - Crimes do
capitalismo contra a humanidade - da escravatura ao trabalho infantil; da
colonização em África às invasões do Iraque.
Se passarem a estar
dispostos a discutir isto sem achar a coisa reacionária, ultrapassada, inútil,
injusta, preconceituosa e estúpida, como sempre aconteceu, pode ser que haja
conversa. Mas duvido.
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