11 de Setembro de 1968.
José Gomes Ferreira no 5º volume dos seus Dias Comuns:
Diagnosticado e localizado o coágulo com precisão notável,
operaram-no. Mas o cérebro não regressou imediatamente. (Já me esqueci do
palavreado médico que o meu irmão empregou.) Tem-se descomprimido mais devagar
do que o cirurgião esperava.
No entender do Raul, o operado não deve ficar em condições possíveis
de governar o país. Aliás, como é voz geral, já antes do acidente Sua Excelência
manifestava fortes indícios de «gagaísmo» inerente à idade – expresso através
de uma jocosidade que pouco se harmonizava com o ascetismo anterior. (Muitas
fotografias recentes, publicadas nos jornais, mostram-no a apalpar braços de
raparigas…)
Agora, segundo consta, repete inúmeras vezes as mesmas
frases, com aquela monotonia dos velhos que tanto lhes prolonga a vida (e tanto
cansa os outros)…
Se ele continuar a fingir que governa, muito irão sofrer os
ministros.
Bem feito!
É este o látego castigo que o Destino reserva aos títeres.
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