21 de Setembro de 1968.
Boletim médico deste dia:
Às 20 horas o Sr. Presidente do Conselho apresentava a
seguinte situação:
Pulso, 90 por minuto
Tensão arterial: máxima 17, mínima 8,5
Temperatura: 38º
Radiografia ao torax: pulmões normais
Continua com respiração assistida.
Pela primeira vez o Sr. Presidente do Conselho,
manifestou indubitáveis reacções sensoriais: apesar disso mantém-se reservado o
prognóstico.
Os jornais dão realce ao facto de portugueses de
todos os credos religiosos continuam a afluir aos templos do País, implorando
as melhoras do Presidente do Conselho. Eis uma amostra da geral preocupação em
que o estado do ilustre enfermo lançou as populações de todo o território
pátrio.
José Gomes Ferreira no 5º volume dos seus Dias
Comuns:
Prevejo (profecia fácil) que os reaccionários tentarão
manter o mito Salazar através dos tempos. Isso é: dar-lhe a autoridade da morte
através dos tempos para impor a ditadura do medíocre que é uma das constantes
da história do povo português, poucas vezes vencida e sempre por curtos
períodos.
Nesse sentido vão meter nas cabeças das crianças que
ele saneou as finanças (!) reformou o exército, abriu estradas, fabricou
pontes, etc.,etc., para esgotar todos os sonhos passageiros portugueses.
Ó homens do futuro: aturem-no morto que nós aturámo-lo
vivo – o que foi mais humilhante.
E quanto ao resto (tudo o que digam dele no Futuro) é
mentira, é mentira, é mentira! É MENTIRA!
Legenda: O Ministro das Corporações fala aos
jornalistas das mensagens dirigidas ao Prof. Oliveira Salazar pelos
trabalhadores portugueses.
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