25 de Setembro de 1968
Neste dia, o Chefe de Estado Américo Tomaz fica a saber que a
vida política de Salazar está terminada.
A 17 de Setembro já convocara o Conselho de Estado,
desconhecendo-se o que terá sido discutido, mas não é muito difícil imaginar o
que por lá se disse.
Neste dia dá-se a morte de Salazar.
Não a física mas uma outra.
O teatro de fantoches entrará pelo próximo ano.
Durará até 27 de Julho.
Como escreveu José Cardoso Pires a abrir o DinossauroExcelentíssimo:
Hoje em dia pode-se roubar tudo a um homem. – atá a morte. Rouba-se-lhe
a morte com a mesma facilidade com que se lhe rouba a vida, a face ou a
palavra, que são coisas mais que tudo inestimáveis.
Jacinto Baptista no seu livro: Caminhos Para Uma Revolução:
Manuel Anselmo, premonitório, em 9 de Novembro de 1961, ao discursar no
Teatro da Trindade, na sessão de encerramento da campanha eleitoral organizada
pela União nacional:
«… Salazar não cai nem cairá senão quando Deus – o Deus de Ourique! – o
determinar, Deus que nós adoramos como primeira certeza das nossas consciências
e que, como prova de Amor, se dignou enviar a esta Geração do Resgate, em
nossos dias, como Embaixatriz do Céu, cheia de Luz e Milagre, Sua Santíssima
Mãe, a Virgem Imaculada, Nossa Padroeira desde Dom Afonso Henriques.»
José Gomes Ferreira no 6º volume dos seus Dias
Comuns:
Aos optimistas fáceis, que esperam que Alguém Misericordioso nos traga
o Futuro numa bandeja, não me canso de dizer com voz de ser-fácil-acertar
quando se aposta no que há de menos vil nos homens.
- Não se regozijem antes de tempo… O Salazar vai pesar durante anos e
anos na nossa vida, como uma espécie de Lénine do avesso para medíocres…
Legenda: O Prof.
Christian Barnard, autor da primeira transfusão cardíaca, na Casa de Saúde da
Cruz Vermelha
Fotografia e legenda do Notícias de Portugal nº 1118.
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