Manual de Pintura e Caligrafia.
Arriscaria que talvez seja dos livros menos lidos, menos abordados,
menos queridos de José Saramago.
Também há a História do Cerco de Lisboa e Jangada de Pedra.
Também há a História do Cerco de Lisboa e Jangada de Pedra.
Li-o um bom pedaço de tempos antes de José Saramago se ter
revelado, ao grande público, – por que não à crítica? – o escritor que veio a
ser.
Um brilhante exercício autobiográfico.
Gostei tanto de o ler que volta e meia pego-lhe.
Largamente sublinhado, é-me fácil encontrar pedaços como
este:
E, agora repouso em Positano, nesta costa de Salerno que eu baptizei de
«bem-aventurada» antes de saber que a propaganda turística oficial lhe chamava
«la divina costiera». Ambos temos razão: esta paz é divina e bem-aventurada.
Mas ali vai, é ela Melina Mercouri, de chapéu de palha e vestido comprido,
pálida e magra, com Jules Dassin. Arranco-me à indolência do sol e imagino este
diálogo entre mim e ela: «Então, Melina,
continua fora da Grécia. Aqui tão perto, e não pode entrar na sua terra. Como
vão as coisas por lá?» E logo a resposta: «E por lá, como vão as coisas?»
Regresso ao meu lugar, olho as águas paradas deste mar interior que
sabe tantas e tão antigas histórias, e repito a mim mesmo a pergunta: E por lá,
como vão as coisas?»
Percorri ruas e ruelas para encontrar uma imagem de Melina
de chapéu de Palha.
Não consegui.
Detive-me nesta, que faz parte de Nunca ao Domingo , em que
aparece ao lado de Jules Dassin, actor e realizador do filme, pai de Joe Dassin,
um dos cantores franceses da minha adolescência.
Fica também a canção tema do filme da autoria de Manos Hadgidakis.
Já agora, e para que passem dias diferentes para melhor:
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