27 de Setembro de 1968.
Salazar nunca cuidou de arranjar sucessores para a sua
política.
Essencialmente porque a gente que o rodeava era um amontoado
de oportunistas, incompetentes, incultos, bajuladores, corruptos, nada mais que
tralha.
Um único se perfilou: Marcelo Caetano.
Mas rapidamente o colocou de lado.
Incompatibilizaram-se e até ao afastamento do ditador, apenas
se cruzaram em momentos em que não foi possível a fuga.
O seu discurso de tomada de posse, proferido às 17 horas, fornece de imediato sinais de que Marcelo jamais, por vontade própria, ou porque
os ultras do regime não lhe permitiram outros caminhos, abandonaria a política
de Salazar no que a África dizia respeito.
… que dizer quando se trata de suceder a um homem de génio
que durante quarenta anos imprimiu à política portuguesa a marca inconfundível
da sua poderosíssima personalidade , dotada de excepcional vigor do pensamento,
traduzida por uma das mais eloquentes expressões da nossa língua e senhora de
uma vontade inflexível e uma energia inquebrantável que ao serviço do interesse
nacional não tinha descanso nem dava tréguas?
Dirá em Outubro de 1968:
Portugal não pode ceder, não pode transigir, não pode
capitular na luta que trava no Ultramar.
Aqui se reproduz o discurso de Marcelo Caetano:
Legenda: O Almirante Américo Thomaz e o Prof, Doutor
Marcello Caetano, no Palácio de Belém, por ocasião da cerimónia do compromisso
de honra do novo governo.
Fotografia e legenda do Notícias de Portugal nº 1118.
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