Contra a Corrente
Eduardo Guerra
Carneiro
Capa: Carlos
Ferreiro
Edições &etc, Lisboa, Setembro 1988
lugar de eleição onde retomo a escrita.
É um vagar premeditado, no regresso ao corpo,
em demorado gosto de bebida dupla. Reparo: a carga
das palavras, canga difícil para quem
deste modo quer fazer o mosto. A poesia
já regressa, por entre cortinados e veludos
e o quarto, a sala, os corredores, o vão
da escada, ressoam com os seus passos,
afinal tão leves - a neve no soalho,
difícil no silêncio. Dizia do regresso; assim
desfaço os nós do medo: floresta e engano,
areal distante. Sorris e tudo é novo.
Sim: acabo sempre por falar de ti.
Sem comentários:
Enviar um comentário