Um dos maiores
poetas da língua portuguesa.
Fernando Pessoa
considerou-o o seu maior mestre na poesia.
O crítico João
Gaspar Simões escreveu que a poesia de António Botto põe-nos diante de um
dos mais delicados problemas do amor.
Federico Garcia
Lorca: bom e amável como criança predestinada, conhecê-lo e ouvi-lo é ganhar
tempo aprendendo muita coisa que só ele sabe dizer como ninguém.
Camilo Pessanha considerou Botto como um assombroso artista, um extraordinário poeta.
Para Raul
Brandão, António Botto era o grande mestre da poesia moderna.
Poemas seus constam
da Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica, organizada por
Natália Correia:
A suprema originalidade de António Botto reside, sobretudo, no desassombro com que procura redimir o lado negro do erotismo, disputando luminosamente a homossexualidade a uma maldição que até aí a aprisionava à grilheta da sátira ou da musa obscena.
Em Novembro de
1942, foi demitido da função pública, era escriturário de primeira classe do
Arquivo Geral de Identificação, por não manter na repartição a devida
compostura e aprumo, dirigindo galanteios e frases de sentido equívoco a um seu
colega, denunciando tendências condenadas pela moral social, por fazer
versos e recitá-los durante as horas regulamentares do funcionamento da
repartição, prejudicando assim não só o rendimento dos serviços mas a sua
própria disciplina interna.
Cinco anos
depois, foi para o Brasil, levo comigo os meus versos, a minha alma e a
minha angústia, mas a sua vida não deixou de ser atribulada.
Nos últimos anos,
vivia da caridade alheia, vinte cruzeiros por um poema.
Na noite de 4
de Março de 1959, ao atravessar uma rua no Rio de Janeiro, foi atropelado,
vindo a morrer no dia 16.
Tinha 61 anos.
Em 29 de Outubro
de 1965 os seus restos mortais foram trasladados para Lisboa, por via aérea,
mas só em 11 de Novembro de 1966 foram depositados num gavetão no Cemitério do
Alto de São João.
Na cerimónia fúnebre estiveram presentes,
entre outras personalidades do meio intelectual, José Régio, Ferreira de
Castro, David Mourão-Ferreira, Luís Amaro, Natália Correia. Assis Esperança,
Dórdio Guimarães.
António Botto é,
hoje, um poeta esquecido.
Não é o único.
Legenda: retrato
de António Botto da autoria de Almada Negreiros.
Notícia do Diário de Lisboa de 10 de Novembro de 1966.
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