Portugal Depois de Abril
Avelino
Torres/Cesário Borga/Mário Cardoso
Capa: António
Martins
Edição dos
Autores, Lisboa, Maio de 1976
O golpe contra-revolucionário de 11 de Março é a
tentativa desesperada de ressuscitar o projecto socialista, que, pela sua
aliança às forças capitalistas externas e pelo seu anticomunismo larvar, concitava
à volta da personalidade de Spínola os interesses do capital nacional, da casta
militarista e também dos sectores fascistas colaborantes com Marcelo (civis e
militares), todos alarmados com o avanço do movimento e a paralela pulverização
dos suportes fundamentais do seu projecto político.
Tentativa de colocar uma vez mais à frente do País, o
ex-general Spínola, mas agora sem o «colete de forças» representado pelo MFA e
podendo assumir também o papel de novo «salvador da Pátria», o 11 de Março não
começou na véspera nem sequer quando o plano começou a ser arquitectado nos
começos de 1975. Nasceu precisamente no momento em que Marcelo caetano
conseguiu colocar o poder, em 25 de Abril, nas mãos do antigo comandante-chefe
da Guiné e seu homem de confiança.
A contra-revolução iniciara a marcha pela mão do
cavaleiro do monóculo.
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