terça-feira, 17 de março de 2015

OS IDOS DE MARÇO DE 1975


17 de Março de 1975

Depois da nacionalização da banca, o país fica a saber que o Conselho Superior da Revolução decretou que as companhias de seguros também eram nacionalizadas.
A nacionalização abrange todas as companhias de seguros com sede no continente e ilhas adjacentes, com excepção daquelas em que se verifica uma participação significativa de companhias estrangeiras no seu capital.

O mercado de seguros no nosso país era dominado por cinco grandes companhias: Império, Tranquilidade, Mundial, Confiança e Comércio e Indústria, basicamente controladas por cinco grandes grupos financeiros: C.U.F., Champalimaud, Espírito Santo, Jorge de Brito e Pinto de Magalhães.


Só por si a Companhia de Seguros Império detinha cerca de um quinto do mercado e exercia, conjuntamente com a Tranquilidade e a Mundial, uma influência declaradamente do tipo monopolista.


O Diário de Lisboa faz uma pequena análise sobre o ramo de seguros em Portugal.

Os jornais dão conta que, após três dias de encerramento, existe confiança e normalidade na banca nacionalizada.

O Partido da Democracia (PDC), o Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (MRPP) e a Aliança Operária Camponesa (AOC), pelo Decreto-lei Nº 137-A/75, vêem suspensa a actividade política até à data das eleições da Assembleia Constituinte, não podendo apresentarem-se às urnas.

Vergílio Ferreira na sua Conta-Corrente:

De novo o desânimo. Parece agora impossível travar a escalada comunista. Raramente a pergunta é: que vou fazer. A táctica comunista agora é queimar os partidos menos à esquerda. Qualquer dia o PS, que já quase está «à direita». Mas então a Europa assiste ao nosso aniquilamento?
  
Fontes:
- Acervo pessoal;
Os Dias Loucos do PREC de Adelino Gomes e José Pedro Castanheira.
- Conta-Corrente, 1º volume, Vergílio Ferreira.

Legenda: Título do Diário de Notícias de 17 de Março de 1975
                 Notícia do Diário de Lisboa de 17 de Março de 1975 

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