Do General ao Cabo Mais Ocidental
Álvaro Guerra
Capa e
ilustrações: Cruzeiro Seixas
Edições
Afrodite, Lisboa, Março de 1976
o poder é só um
o de quem pode e mais nenhum
a verdade rafeira e envergonhada esconse-se num verso
atraiçoado abanando o rabo e ladrando à lua a vida de cão que lhe trouxe a
camuflada revolução
o absoluto gesticula na continência mudada em punho
erguido por obra e graça da fulminante leninina matéria de formação acelerada
de coronéis e ainda mais de capitães-generais em mea culpa de massacres
coloniais.
Saiba
porém
o inimigo que também viver é comigo
de cravo na mão o digo
nesta luta sem luto que o projecto esgrime com a
herança
a mor das coisas idas
ledas
desejo libertação
amor também cama comum
e pão
em verde lida pela liberdade e vida
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