Quando a Lusa
lhe perguntou como era ter recebido o Prémio Camões, Hélia Correia respondeu:
O que é que eu faço agora? Estava aqui tão bem
quietinha...
Tenho a
experiência de saber: com este prémio, Hélia Correia não vai mudar uma
minúscula vírgula sequer ao que sempre tem sido: uma brilhantes escritora, uma
seriedade desconcertante, uma coerência só alcance de predestinados.
E vai esperar
pelos dias de chuva.
Um dia disse: Conheço
uma pessoa que gosta imenso da chuva. E vive no seio da poesia. E gosta das
gotas de chuva.
Num qualquer dia,
num qualquer mês de 2005, um jornalista perguntou-lhe que trabalho tinha entre
mãos e a Hélia respondeu que tinha um grande livro para escrever, mas estava à
espera da chuva, que me é mais propícia.
Quando chove, já
sei que ele está à escrivaninha.
Depois é só
aguardar que os livros assentem nos escaparates das livrarias.
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