A Feira do Livro está prestes a encerrar portas.
Para além do
Rossio, a Feira do Livro já passou por outros lugares emblemáticos da cidade
como o Rossio, a Rua Augusta, a Praça do Comércio e a Avenida da Liberdade.
Já há vários
anos que está estabelecida no Parque Eduardo VII e parece-me ser o melhor local
para sua realização.
No ano em que
esteve na Rua Augusta e na Praça do Comércio foi um autêntico desastre
A primeira vez
que me lembro de percorrer a Feira do Livro teria 13 anos e foi no Rossio.
Fui com o meu
avô e lembro-me como se fosse hoje: no pavilhão da Romano Torres comprou-me Os
Pescadores de Pérolas de Emílio Salgari.
Lamentavelmente
perdi esse livro.
Há uns anos,
juntamente com outros livros de Salgari, encontrava-se à venda naqueles alfarrabistas
que, aos sábados, montam escaparate na Rua Anchieta, ao Chiado.
Pediram-me seis
mil escudos e disse, de mim para mim, que o alfarrabista faria melhor ir para a
estrada. Há gente que não se limita a ganhar dinheiro, preferem roubar.
Deixei o livro,
desandei, e ainda o ouvi dizer que me fazia cinco mil escudos.
Continuava a ser
um roubo e um preço demasiado elevado para satisfazer o meu sentimentalismo.
Talvez um dia o
volte a encontrar a um preço mais acessível.
Até hoje não
voltou a acontecer.
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