O Pai Francês
Alain Elkann
Tradução de Virgílio Tenreiro Viseu
Cavalo de Ferro
Editores, Lisboa, Setembro de 2004
teria feito no meu lugar, que conselhos me daria. Quando ele era vivo, eu raramente escutava os seus conselhos, mas agora que ele já cá não está... Às vezes não sei a quem me devo dirigir, devo fazer as coisas sozinho, encontrar energia dentro de mim. Damo-nos conta de que os filhos não substituem os pais. Com eles não se podem dizer as mesmas coisas. Não podemos ser fracos com os filhos, não nos podemos fazer consolar. A eles é preciso dar boas notícias, guiá-los, consolá-los, ajudá-los e, sobretudo, fazer-lhes falar de si próprios: sempre e apenas de si próprios. É assim, também nós não ajudávamos os nossos pais, e aquilo que nos falta é o
facto de já não estarem ali, prontos a ouvir-nos.
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