Terminamos o voo
que fizemos pela entrevista que Vitor Silva Tavares concedeu a Alexandra Lucas
Coelho.
Uma lindíssima e
imprescindível entrevista para se perceber tudo sobre o Vitor, a &etc, o
panorama cultural e político de Portugal nos finais do século passado.
A entrevista
está publicada em &etc Uma Editora no Subterrâneo que é livro a não
perder e onde gente que trabalhou com Vitor Silva Tavares, o homenageia. Um
desfilar de histórias e historietas de encantar.
Desde o meu antigo encantamento pela Ulisseia, mas
também pela velha editora Inquérito, do Salgueiro. Foi-me dito pelo Luiz
Pacheco que o velho Eduardo Salgueiro conseguiu aguentar a Editorial Inquérito
50 anos na falência. Eu ainda só vou fazer 35. Quem me dera poder chegar a esse
número e dizer: há 50 anos que estamos falidos, mas de porta aberta.
Mais próximos de nós, um grande editor, maluco, nem por isso muito culto, mas com um instinto, um faro, e também um gosto de fazer a toda a prova, Fernando Ribeiro de Mello, das Edições Afrodite, o tal que queria fazer a revolução sexual em Portugal. Fez a dele, já não está mal. Meu grande amigo e sócio no arranque do etc.
Tive muita pena de ter ido abaixo o projecto da Hiena. Arrancou muito bem, aí estava um homem amante do livro [Rui Martiniano]. A Hiena começou com...
Uma tradução sua, “O Sorriso aos Pés da Escada”.
O (Henry) Miller, exactamente. E quando me vieram dizer até fiquei zangado. Porquê? Não foi por terem editado, nunca faço reedições, muito menos isso, uma coisa que tinha feito na Ulisseia há não sei quantos anos. Foi por não me ter dito nada. Então alguma vez eu ia levantar qualquer problema em o homem usar o prefácio ou a tradução ou coisa assim? Então, de todo em todo, não me estava a conhecer. O trabalho, aqui, quem quiser tira. O “copyright” é dos autores. O etc não tem “copyright”. É sabido que em “n” casos sou um editor pirata. Sim senhor, corro esse risco. Também lhe digo que essas piratarias nunca foram feitas sobre autores vivos, ponto um. Ponto dois, nunca eu retirei delas um tostão de lucros. Ponto três, parte das piratarias aqui feitas são de pequenos textos, laterais à obra dos autores, com tão pequena dimensão que até os vendedores do “copyright” não vendem por não terem interesse comercial nisso, o que quer dizer que se deixa de publicar uma quantidade de coisas por causa do “copyright”. Então, eu borro-me para o “copyright”, podendo apanhar uma denúncia, sim senhor, Para passar os livros.
São ainda piratarias poéticas. Então tive pena – pena – de projectos como a Hiena, ou quando a Fenda foi abaixo – felizmente o Vasco [Santos] tem sabido pô-la em pé. De certo modo a Fenda também nasceu por causa da etc. Ou como a Contexto, que foi abaixo.
Mais próximos de nós, um grande editor, maluco, nem por isso muito culto, mas com um instinto, um faro, e também um gosto de fazer a toda a prova, Fernando Ribeiro de Mello, das Edições Afrodite, o tal que queria fazer a revolução sexual em Portugal. Fez a dele, já não está mal. Meu grande amigo e sócio no arranque do etc.
Tive muita pena de ter ido abaixo o projecto da Hiena. Arrancou muito bem, aí estava um homem amante do livro [Rui Martiniano]. A Hiena começou com...
Uma tradução sua, “O Sorriso aos Pés da Escada”.
O (Henry) Miller, exactamente. E quando me vieram dizer até fiquei zangado. Porquê? Não foi por terem editado, nunca faço reedições, muito menos isso, uma coisa que tinha feito na Ulisseia há não sei quantos anos. Foi por não me ter dito nada. Então alguma vez eu ia levantar qualquer problema em o homem usar o prefácio ou a tradução ou coisa assim? Então, de todo em todo, não me estava a conhecer. O trabalho, aqui, quem quiser tira. O “copyright” é dos autores. O etc não tem “copyright”. É sabido que em “n” casos sou um editor pirata. Sim senhor, corro esse risco. Também lhe digo que essas piratarias nunca foram feitas sobre autores vivos, ponto um. Ponto dois, nunca eu retirei delas um tostão de lucros. Ponto três, parte das piratarias aqui feitas são de pequenos textos, laterais à obra dos autores, com tão pequena dimensão que até os vendedores do “copyright” não vendem por não terem interesse comercial nisso, o que quer dizer que se deixa de publicar uma quantidade de coisas por causa do “copyright”. Então, eu borro-me para o “copyright”, podendo apanhar uma denúncia, sim senhor, Para passar os livros.
São ainda piratarias poéticas. Então tive pena – pena – de projectos como a Hiena, ou quando a Fenda foi abaixo – felizmente o Vasco [Santos] tem sabido pô-la em pé. De certo modo a Fenda também nasceu por causa da etc. Ou como a Contexto, que foi abaixo.
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