A estupidez arrasta-se
por todo o ano. Nunca compreendeu muito bem porque a um mês, este que agora vai bterminando, chamam a estação
estúpida.
Amanhã, como diria o
senhor meu pai, voltamos a ser gente.
1.
Fernanda Lapa numa entrevista ao Expresso: «Este país não é
para artistas, nem para velhos, nem para novos.»
Sabia do que falava, algumas vezes posta para trás, mas
sempre lutou. Após o Novembro de 1975, tal como o poeta José Gomes Ferreira,
tornou-se militante do Partido Comunista.
2.
Escreveu Francisco Louçã em crónica no Expresso:
«Se há algo em
Portugal que seja tão regular e previsível como o relógio de cuco são os
escândalos do Novo Banco.»
Manuel Carvalho da
Silva:
«A 3 de fevereiro de 2017 a Assembleia da República rejeitou, com votos
contra do CDS, do PSD e do PS, projetos de resolução do BE e do PCP que se
opunham à venda do banco à Lone Star e propunham a sua nacionalização. Muitos
dos agora surpreendidos e indignados estão apenas a colher o que semearam. E o
presidente da República, ou o primeiro-ministro não podem falar do assunto como
se dispusessem apenas da informação do comum dos cidadãos. Não lhes podemos
admitir hipocrisia política ou desresponsabilização.»
3.
A cidade de Lisboa tem quase 3 mil prédio devolutos.
4.
As obras no Hospital Militar de Belém, em Lisboa,
custaram mais do valor inicialmente estimado, avançou o Diário de Notícias.
De acordo com o
jornal estava inicialmente previsto que a reabilitação de três dos cinco pisos
do antigo Hospital Militar de Belém custasse 750 mil euros mas a factura já vai
2.598.964,46 euros.
5.
Em Portugal, segundo
um estudo da Marktest, 3,2 milhões de pessoas têm cães em casa e 2,7 milhões
têm gatos.
6.
Cerca de 40% das mortes por covid em Portugal aconteceram
nos lares.
Continuam a acontecer.
As diversas entidades vão discutindo o sexo dos anjos.
7.
Na Figueira da Foz
uma mulher tentou pegar fogo ao marido, depois de o regar com um líquido
combustível, no seguimento de uma discussão conjugal.
8.
Dizem: perderam-se em
Portugal mais de 225 mil empregos durante a pandemia. O número deverá ser
superior.
9.
Bruno Candé, actor,
negro, 39 anos, foi morto com quatro tiros disparados à queima-roupa numa rua
de Moscavide. O autor dos disparos, um homem branco, foi a casa buscar uma arma
que trouxera dos tempos em que esteve como militar nas colónias, ele disse «ultramar».
Bruno Candé deixou
mulher e três filhos menores.
10.
O que leva um
político experiente como António Costa falar em off a jornalistas?
11.
Terei que falar
apenas por mim: não tenho nenhuma segurança no que ao meu quotididnao diz
respeito. O mundo que acompanhou todo o meu viver, acabou. Que me interessa o
dia de amanhã se não tenho segurança, confiança. no exacto segundo em que escrevo. A minha sobrevivência
está em risco e, apesar disso, não há dia que não esqueça levar a máscara para
ir fazer compras, mesmo sabendo que basta um mínimo descuido para que aconteça
a morte do artista.
De certezas apenas a
ideia que Agosto terminou.
Talvez nem tudo
esteja perdido.
12.
Pergunta a Hélia Correia: «para que servem os poetas
em tempo de indigência?»
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