Stuart Carvalhais.
Uma das
grandes figuras populares da Lisboa que fizeram desaparecer.
Deixou uma
enorme colaboração em jornais e revistas que mostra uma janela aberta sobre o
quotidiano daquela cidade onde a alegria é triste e a tristeza escorre alegremente
pelas ruas.
As
autoridades, políticas e intelectuais, do reino deixaram essa obra perdida por
aí.
Sempre houve
em Portugal uma mentalidade de descuido, de desinteresse, de ignorância, que
esquece, ou faz por esquecer, os nossos melhores, protagonizada por uma gajada
oportunista a que se podiam adiantar terríveis nomes mas há que poupar os
viajantes do blogue, que até sabem que nomes são, gente que amiúde me deixam
perplexo, revoltado, no limiar do vómito.
"Adeus, "pá", até qualquer dia", escreveu Leitão de
Barros no Diário de Notícias de 5 de Março de 1961, três dias depois da
morte do artista.
«Esta voz de Lisboa vem despedir-se de
ti, que foste durante meio século o mais lisboeta dos humoristas da imagem.
Desde saberes beber uma garrafa de vinho até desenhares, como mais ninguém, as
pernas das garotas que nascem nas calçadas deste velho burgo, como os esguios e
esbeltos caules dos lírios e dos jarros, foste modelarmente o nosso primeiro
artista de rua.»
Lembrar, ainda,
o que escreveu Aquilino no editorial do livrinho aqui citado:
«Malempregado Stuart! Num meio sem
carácter, com diminutíssima cultura, sem um estratificado social apreciador da
beleza artística, não podia encontrar, já não digo galardão, mas incentivo
condigno, o seu lápis tão singular, filho de uma genialidade nata.»
1 comentário:
Por estas e por outras é que "eles" gostam de se autodenominar por TUGAS...
Enviar um comentário