terça-feira, 6 de agosto de 2024

OLHAR AS CAPAS


Amphitryão ou Jupiter e Alcmena

António José da Silva

Prefácio e Notas: Francisco Torrinha

Biblioteca Lusitana

Edição da Renascença Portuguesa, Porto, Fevereiro de 1916

Tires. – Dou-me por satisfeito, em saber cumprir vossos desejos.

Jupit. – Só Juno podia conspirar tão cruelmente contra Alcmena.

Saram – Sem duvida a Senhora Juno foy, a que me converteo em oliveira, e o

                Senhor Jupiter o que me desconcerteo.               

Merc. – E para que se saiba tudo, eu sou Mercurio, que para acompanhar a Jupiter, tomey a forma  de Saramago, que já lhe restitui fielmente, como bem vistes.

Iris. – pois se Jupiter, para lograr os favores de Alcmena, se valeo das industrias de Mercurio, tambem Juno, para desvanecer os incêndios de Jupiter, quis que eu, que sou a Ninfa Iris, a acompanhasse, para serenar a tempestade dos seus zelos; e como tenho conseguido este intento, hirey a acompanhar outra vez a Deosa Juno, como fiel súbdita dos seus preceitos.

Saram. – E que cahisse eu na corriola de namorar a huma Ninfa dos arcos do Rocio Celeste! Ora sou hum grande asno.

Amph. – Tudo o que vejo são assombros!

Alcm. – Tudo pasmos!

Polid. – Tudo admirações!

Corn. – Ay venturosa de mim, que tive Mercurio em meus braços!

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