Amphitryão ou Jupiter e Alcmena
António José
da Silva
Prefácio e
Notas: Francisco Torrinha
Biblioteca
Lusitana
Edição da Renascença Portuguesa, Porto, Fevereiro de 1916
Tires. – Dou-me por satisfeito, em saber
cumprir vossos desejos.
Jupit. – Só Juno podia conspirar tão
cruelmente contra Alcmena.
Saram – Sem duvida a Senhora Juno foy, a
que me converteo em oliveira, e o
Senhor Jupiter o que me
desconcerteo.
Merc. – E para que se saiba tudo, eu sou
Mercurio, que para acompanhar a Jupiter, tomey a forma de Saramago, que já lhe
restitui fielmente, como bem vistes.
Iris. – pois se Jupiter, para lograr os
favores de Alcmena, se valeo das industrias de Mercurio, tambem Juno, para
desvanecer os incêndios de Jupiter, quis que eu, que sou a Ninfa Iris, a
acompanhasse, para serenar a tempestade dos seus zelos; e como tenho conseguido
este intento, hirey a acompanhar outra vez a Deosa Juno, como fiel súbdita dos
seus preceitos.
Saram. – E que cahisse eu na corriola de
namorar a huma Ninfa dos arcos do Rocio Celeste! Ora sou hum grande asno.
Amph. – Tudo o que vejo são assombros!
Alcm. – Tudo pasmos!
Polid. – Tudo admirações!
Corn. – Ay venturosa de mim, que tive
Mercurio em meus braços!
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