1º de Maio.
Como habitualmente, o café do bairro, não abriu.
Há uns anos atrás, não sei precisar quantos, o sr. Joaquim, insistências da mulher, a D. Luzia, fintou a efeméride e abriu o café.
O que ouviu nesse dia ficou-lhe em registo: que não valia a pena ouvir a máquina registadora tilintar no 1º de Maio.
Pelo menos enquanto o maço e meio de cigarros que o Bóris, no bairro o guardião mor das conquistas de Abril, fuma, permitam que ele por cá ande.
Alto e bom som, indicador em riste, disse ao sr. Joaquim:
- Se voltas a repetir a gracinha, parto esta merda toda!
Não ficaram dúvidas.
Café fechado, e fico assim: um pouco sem graça, incapaz de tomar o pulso diário, a este lado da cidade.
Lanço mão de um título do “Jornal de Notícias” de hoje:
“Patrões despedem 362 pessoas por dia.”
Legenda: óleo de Nikias Skanipakis.
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