não são precisos poemas necessários:
na minha terra o povo vive bem;
instrução não falta e se faltar também
se inventam novos tachos mas o povo não morre à fome.
Por favor senhor poeta
(ordeno!) afaste-se e consigo numa mala
leve para longe os poemas necessários.
Se pesarem demasiado não se esqueça
que nesta terra existem recoveiros
mas
senhor poeta não se esqueça deles
nos bancos
e sobretudo não entorne do comboio
os poemas necessários para o campo
… mas também o melhor é não deixar
os seus poemas esquecidos na cidade:
É que o povo é curiosos sabe?
… é o único defeito do sistema…
Paulo da Cunha Leão, 1966
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