segunda-feira, 16 de setembro de 2013

ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO


Jamais hei-de perceber, custa-me muito a admitir, como se pode ter cães fechados num apartamento.

Na esmagadora maioria são cães grandes, um receio latente só de os olhar.

Um verdadeiro crime.

Depois passeiam-nos pelas ruas, soltam-nos nos relvados dos jardins, onde crianças correm, brincam, adultos dormem a sesta, velhos batem ases e manilhas, jovens namoram.

Sentado no mureto do parque infantil, olho o cair da tarde e, de repente, o condutor de uma carrinha branca, de um qualquer hotel de cães, ou coisa algo parecida, solta os animais no relvado do Parque dos Jardins da Parede.

O jovem condutor da carrinha devia acompanhá-los, vigiá-los – já que lançar cães num jardim, sem trela, sem nada, terá que ter proibição ou limitações.

Mas não.

Está encostado à carrinha a falar ao telemóvel.

Os cães andam em correria desenfreada pelo parque.

Mijam e cagam na relva, nos canteiros de flores.

Nas ruas das cidades acontece o mesmo.

Verdadeiro carrossel para fugir à merda dos cãezinhos.

Porque a esmagadora maioria dos donos não anda com um saquinho de plástico para apanhar a dita merda.

As coimas estão apenas no papel.

Este saco, não sei se já teve merda de cão, mas agora está vazio, a navegar no lago dos Jardins da Parede, em frente ao Grande Caffe.

E gatos?

Bom, gatos é uma outra história, contas de um outro rosário.

Por esse porquê, voltarei em outra oportunidade.