Jamais hei-de perceber, custa-me muito a admitir, como se
pode ter cães fechados num apartamento.
Na esmagadora maioria são cães grandes, um receio latente só
de os olhar.
Um verdadeiro crime.
Depois passeiam-nos pelas ruas, soltam-nos nos relvados dos
jardins, onde crianças correm, brincam, adultos dormem a sesta, velhos batem ases e manilhas, jovens namoram.
Sentado no mureto do parque infantil, olho o cair da tarde
e, de repente, o condutor de uma carrinha branca, de um qualquer hotel de cães, ou coisa algo parecida, solta os animais no relvado do Parque dos Jardins da Parede.
O jovem condutor da carrinha devia acompanhá-los, vigiá-los – já que
lançar cães num jardim, sem trela, sem nada, terá que ter proibição ou
limitações.
Mas não.
Está encostado à carrinha a falar ao telemóvel.
Os cães andam em correria desenfreada pelo parque.
Mijam e cagam na relva, nos canteiros de flores.
Nas ruas das cidades acontece o mesmo.
Verdadeiro carrossel para fugir à merda dos cãezinhos.
Porque a esmagadora maioria dos donos não anda com um saquinho de plástico
para apanhar a dita merda.
As coimas estão apenas no papel.
Este saco, não sei se já teve merda de cão, mas agora está vazio, a navegar no lago dos Jardins da Parede, em frente ao Grande Caffe.
E gatos?
Bom, gatos é uma outra história, contas de um outro rosário.
Por esse porquê, voltarei em outra oportunidade.
1 comentário:
Estou contigo!
LPA
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