A Emissora Nacional Nos Primeiros Anos do Estado Novo
Nelson Ribeiro
Quimera
Editores, Lisboa, 2005
A Emissora Nacional mantinha como característica principal
«o seu ar ponderado e grave», como era reconhecido numa notícia inserida no jornal
oficial da estação, em Fevereiro de 1938. Aliás, a Comissão Administrativa fomentava
esta imagem, repreendendo os locutores sempre que estes ousavam imprimir uma
leitura menos formal aos textos:
«Julgava já desnecessário esconder aos senhores
locutores que lhe é vedado fazer ao microfone prova dos eu espírito com as
alusões jocosas, os risos e as inflexões de voz intencionadas que em certa
altura constituíram moda neste estabelecimento. Vejo que infelizmente assim não
é ao tomar conhecimento do que passou com a leitura do argumento da Ópera
«Tristão e Isolda» feita pelo locutor Sr. Fernando Pessa, em que, perdido por
completo o sentido das proporções, este senhor permitiu sublinhar com risos
certas passagens do mesmo argumento. (…) A fim de evitar a repetição de factos
semelhantes que seja punido o locutor (…) com a pena de repreensão registada.
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