quarta-feira, 7 de outubro de 2015

OLHAR AS CAPAS



A Emissora Nacional Nos Primeiros Anos do Estado Novo

Nelson Ribeiro
Quimera Editores, Lisboa, 2005

A Emissora Nacional mantinha como característica principal «o seu ar ponderado e grave», como era reconhecido numa notícia inserida no jornal oficial da estação, em Fevereiro de 1938. Aliás, a Comissão Administrativa fomentava esta imagem, repreendendo os locutores sempre que estes ousavam imprimir uma leitura menos formal aos textos:

«Julgava já desnecessário esconder aos senhores locutores que lhe é vedado fazer ao microfone prova dos eu espírito com as alusões jocosas, os risos e as inflexões de voz intencionadas que em certa altura constituíram moda neste estabelecimento. Vejo que infelizmente assim não é ao tomar conhecimento do que passou com a leitura do argumento da Ópera «Tristão e Isolda» feita pelo locutor Sr. Fernando Pessa, em que, perdido por completo o sentido das proporções, este senhor permitiu sublinhar com risos certas passagens do mesmo argumento. (…) A fim de evitar a repetição de factos semelhantes que seja punido o locutor (…) com a pena de repreensão registada.

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