Por norma os fins-de-semana são dias parcos em notícias, os políticos os fala-barato, vão arejar e, apenas ficam as outras notícias, normalmente mortes outras tragédias, por vezes, um acontecimento feliz.
É um tempo propício para colocar à janela o que, nos últimos dias fui lendo pela concorrência.
1.
Para receber a enésima tranche de «ajuda» internacional – chamemos-lhe assim – a Grécia, depois de tudo o que já fez, vai despedir 15 mil funcionários públicos e, provavelmente, reduzir outra vez o salário mínimo. No mínimo. Ainda bem que a austeridade está a resultar. Imaginem que não resultava.
Mário Carvalho na Devida Comédia
2.
Se Pedro Passos Coelho conhecesse mais empresas para além das do seu amigo Ângelo Correia e o País para lá dos jantares da carne assada do PSD saberia que o problema da nossa produtividade nada tem a ver com as horas que trabalhamos. Nem com os feriados. Tem a ver com características da nossa economia, com o mau funcionamento do Estado e com a má organização das empresas.
Daniel Oliveira no Arrastão
3.
Por que razão a comunicação social dá importância a coisas sem importância nenhuma?
José Pacheco Pereira no Abrupto
4.
Vasco Graça Moura sempre se opôs ao Acordo Ortográfico. Está no seu direito É a sua opinião. Mas ser nomeado para dirigir o CCB e tomar como primeira decisão a suspensão da aplicação desse diploma já não é um direito. Vasco Graça Moura não é dono e senhor da língua portuguesa e nem sequer é o CCB. Não pode confundir a sua pessoa com a instituição que dirige nem sobrepor a sua vontade à lei. Longe vão os tempos do Rei Sol, do absolutismo, da coincidência entre o Estado e os caprichos de quem o dirige. Caso contrário, imagine o que seria se cada recém-chegado a um cargo público ordenasse que se escrevesse consoante as suas preferências, por exemplo, com esta mesma ortografia anterior à revisão de 1911.
Desobediência civil, aclamam alguns, batendo palmas. Ai, pobre Henry David Thoreau dando voltas na tumba. Só que esta decisão de corajosa ou coerente nada tem. Pelo contrário. Coragem e coerência teriam existido se o ex-deputado europeu tivesse declinado o lugar, alegando incompatibilidade entre as suas posições quanto ao AO e o exercício de um cargo público. Em si mesmo, esse seria um acto de grande pressão, legítima, sobre o governo e o parlamento para a revogação do AO. Assim, a imposição do ex-deputado europeu é mera prepotência. É este tempo.
José Medeiros Ferreira no Córtex Frontal
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