sábado, 25 de fevereiro de 2012

TROVADOR DA VOZ D'OURO INSUBMISSO


É de murta e de mar a tua voz
Com algas de canção estrangulada.
Aberta a concha da trova malsofrida
Saíste como sai a madrugada
Da noite, virginal e humedecida.

É de vinho e de pinho a tua voz
Com pranto de insofríveis flores banidas.
Mas é pela tua garganta que soltamos
As eriçadas aves proibidas
Que no muro do medo desenhamos.


Nota do editor: poema publicado pela Associação José Afonso.

Legenda:
José Afonso na Festa do Avante, 1980
Fotografia tirada de As Voltas de Um Andarilho, Viriato Teles, Assírio & Alvim, Lisboa Outubro 2009

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