Foi há trinta anos que a Companhia de Teatro de
Almada (CTA) e Joaquim Benite, seu primeiro Director, de mãos dadas com a Câmara Municipal
de Almada, fundaram o Festival Internacional de Teatro de Almada. Em condições materiais
muitíssimo modestas, mas com uma ambição cultural do tamanho do mundo,
começava, no Pátio Prior do Crato, em Almada Velha, aquele que
viria a ser, e é até aos nossos dias, um dos mais prestigiados Festivais Internacionais de
Teatro, pela sua qualidade, quantidade de espectáculos, companhias nacionais e
estrangeiras, e pelo seu extraordinário público. Começou no Pátio Prior do
Crato, quando a liberdade conquistada era uma criança e a cultura era ainda um
alimento muito escasso nas classes trabalhadoras.
O Teatro e o Festival rapidamente passaram a
constituir projectos estratégicos para o
desenvolvimento cultural da cidade e do concelho de
Almada. O Festival ocupa a cidade, praças, escolas, salas de espectáculo,
atravessa o rio e está presente no Teatro D. Maria II, Centro Cultural de Belém, no S. Luiz
Teatro Municipal, Culturgest, entre outros. Almada, com o seu Festival,
apresentando espectáculos de todo o mundo, reforça a ideia da cidade de duas
margens, afirma-se no panorama nacional e internacional de cidades de cultura,
chega a ser considerada “o Coração do Mundo”.
Nesta trigésima edição consecutiva, com Joaquim
Benite presente no nosso coração,
com a competência do novo Director, Rodrigo Francisco,
com a capacidade empreendedora e de concretização da CTA, sem Ministério da
Cultura mas de novo e sempre com o Município de Almada enquanto pilar
institucional determinante desde a primeira edição, teremos uma programação de
excelência, pese embora os profundos e injustos cortes financeiros ao Festival e à Companhia
decididos pelo Governo.
Neste Festival homenagearemos o seu fundador, o
Joaquim Benite, continuando a obra e o feito. Àqueles que conheci há mais de 30 anos,
quando comecei na vida autárquica, àqueles que entretanto partiram da nossa companhia –
ao Joaquim Benite, ao Virgílio Martinho, ao António Assunção, ao Canto e Castro,
entre outros – e a quantos até hoje foram chegando à CTA, prestigiando como seu trabalho
e a sua arte o nome de Almada e as suas gentes, quero agradecer reconhecidamente a
amizade, a comunhão de sonhos
e ideais realizados, a aventura partilhada com todas
as raivas e alegrias que temos vivido, sempre e sempre em busca da Felicidade
inatingível.
Ao público do Festival, a todas as companhias e
actores, a todos os parceiros desta trigésima edição, à CTA e ao seu Director Rodrigo
Francisco, um forte e caloroso aplauso e um grande e muito sincero bem-haja, a
todos e cada um de vós.
Viva o Teatro! Viva o 30º Festival Internacional de Teatro
de Almada!
Maria Emília Neto de Sousa
(Detalhes e programação em 30ª Festival de Almada).
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