Quando chegou a casa eram quase sete horas. Tinha-se
demorado um bom bocado no Terreiro do Paço, sentado num banco, a olhar os
cacilheiros que iam para a outra margem do Tejo. Estava um belo fim de tarde, e
Pereira quis ficar a gozá-lo. Acendeu um charuto e aspirou o fumo avidamente.
Estava sentado num banco em frente ao rio e junto dele veio sentar-se um
mendigo com um acordeão que começou a tocar velhas canções de Coimbra.
Antonio Tabucchi em Afirma Pereira, Quetzal
Editores, Lisboa 1995.
Legenda: fotografia de Gérard Castello Lopes.
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