A última crónica do Ricardo Araújo Pereira, na Visão, encerra duas histórias.
Uma:
Um
homem vai ao médico e diz: "Doutor, estou deprimido. Preciso de
ajuda." O médico concorda: "O seu caso é muito grave. Só há uma
solução para si: tem de ir ver o palhaço Grimaldi." "Mas, doutor, eu
sou o palhaço Grimaldi."
Outra:
Doutor,
estou a promover um livro numa época em que as pessoas compram muito menos
livros. Preciso de ajuda." O director da agência concorda: "O seu
caso é muito grave. Só há uma solução para si: tem de criticar o Miguel Sousa
Tavares." "Mas, doutor, eu sou o Miguel Sousa Tavares."
Miguel Sousa Tavares acaba de publicar o seu último livro:
Madrugada
Suja.
Segundo os tops que as editoras bichanam para os
jornais, o livro ocupa o primeiro lugar de vendas.
Para fazer realçar mais a figura, vender melhor o
livro, Miguel Sousa Tavares, chamou palhaço a Cavaco Silva.
O pagode delirou e isso colocou-o nas manchetes dos
jornais e das televisões.
São sempre curiosas as camapnhas publicitárias do escritor Miguel Sousa Tavares.
Corria Outubro de 2008 e Miguel Sousa Tavares estava
para publicar um livro, ou andava às voltas com um livro, ou as vendas de
outros livros estavam em baixa, qualquer coisa…
De repente surge nos jornais a notícia de que alguém
assaltara a casa de Miguel Sousa Tavares, mas apenas levara o computador, onde
estavam anichados dois ou mais livros.
Recordo-me do apelo lancinante que Sousa Tavares
dirigiu ao eventual gatuno: Venha cá, escolha o que quiser, mas
devolva-me o meu trabalho
A casa de Miguel Sousa Tavares situa-de na Lapa
e pelo que se pode imaginar bem recheada, mas o alegado gatuno não levou o
dragão de ouro do Futebol Clube do Porto, nem aquela pedra trazida do deserto,
ou o frasquinho que guarda aquele pedacinho de areia da praia de uma qualquer
ilha grega, nem um lenço de Marraquexe, possivelmente o carro alto topo de gama
estaria na garagem, quaisquer outros valores que estivesse pela casa.
Não. O alegado gatuno limitou-se a levar o computador, sabe-se lá com que inconfessáveis fins…
Pior sorte teve D. Alfredina, vizinha do prédio ao
lado: enquanto foi ao Minipreço, os gatunosentraram-lhe em casa e levaram
jóias, dinheiro, diversos valores. Tudo porque D. Alfredina também não escreve livros,
nem tem computador.
Ficamos a aguardar qual será a próxima manobra
publicitária de Miguel Sousa Tavares, ou da agência que lhe cuida da imagem…
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