domingo, 18 de agosto de 2013

EI-LO QUE VOLTA!


Ainda ontem me ouvi dizer: o futebol, tal como eu o comecei a ver, já não existe.

Deixou de ser um belo espectáculo, a inteligência em movimento, como escreveu Albert Camus, para passar a ser um excelente negócio, com laivos de máfia guardados em cada transferência de jogadores.

O futebol regressou.

Tal como escreveu Mário Castrim, Jornal do Fundão, 16 de Julho de 1972, num contexto de época, mas que pode muito bem estender-se por todos os tempos:

Digo também eu que o futebol é uma arama poderosa mas mãos dos políticos os quais se servem dele (como de outras coisas) para distrair a atenção popular, para a dividir e até para baixar o nível de exigência.

Pois, o futebol regressou.

Tal como Manuel da Fonseca deixou vincado num poema em que fazia tenção de, chegando domingo, tentar as coisas mais belas que um homem pode fazer na vida.

O meu amigo, que era pintor,
Contou-me numa noite de bebedeira:
- Olha,
Quando chega domingo,
Não há nada melhor que ir para o futebol…

Saúde-se, apesar de tudo, o regresso do futebol.

Não podendo deixar de dizer das saudades que já tínhamos de ouvir aquela frase tão querida dos jogadores, quando a derrota lhes bate à porta:

Há que levantar a cabeça e pensar já no próximo jogo.

Legenda: adeptos do Benfica vaiando a equipa, após a derrota de hoje no Funchal.

Imagem de A Bola.

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