Ainda
ontem me ouvi dizer: o futebol, tal como eu o comecei a ver, já não existe.
Deixou
de ser um belo espectáculo, a inteligência em movimento, como
escreveu Albert Camus, para passar a ser um excelente negócio, com laivos de
máfia guardados em cada transferência de jogadores.
O futebol
regressou.
Tal
como escreveu Mário Castrim, Jornal do Fundão, 16 de Julho de
1972, num contexto de época, mas que pode muito bem estender-se por todos os
tempos:
Digo
também eu que o futebol é uma arama poderosa mas mãos dos políticos os quais se
servem dele (como de outras coisas) para distrair a atenção popular, para a
dividir e até para baixar o nível de exigência.
Pois,
o futebol regressou.
Tal
como Manuel da Fonseca deixou vincado num poema em que fazia tenção de,
chegando domingo, tentar as coisas mais belas que um homem pode fazer na vida.
O
meu amigo, que era pintor,
Contou-me
numa noite de bebedeira:
-
Olha,
Quando
chega domingo,
Não
há nada melhor que ir para o futebol…
Saúde-se,
apesar de tudo, o regresso do futebol.
Não
podendo deixar de dizer das saudades que já tínhamos de ouvir aquela frase tão
querida dos jogadores, quando a derrota lhes bate à porta:
Legenda: adeptos do Benfica vaiando a equipa, após a derrota de hoje no Funchal.
Imagem de A Bola.
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