Todos os anos o
mesmo desespero: milhares e milhares de hectares de floresta ardida, vilas e
aldeias cercadas pelas labaredas, habitações destruídas, perda de vidas.
Pelo meio as promessas
governamentais de sempre.
Que será preciso para
que os responsáveis governamentais e autárquicos, de uma vez por todas, se
deixem de palavreado balofo para os directos das televisões, e criem condições
precisas e concretas para que, todos os anos, os fogos não sejam uma fatalidade
com que temos de nos conformar.
Um fogo florestal,
como um dia escreveu Ruben de Carvalho, tem sempre um de três beneficiários:
madeireiros, loteadores de construção civil e a rede de interesses ligada à
eucaliptização.
Até quando?
Em Setembro
esquecemos o fogo e o cheiro da terra queimada.
Em Outubro a chuva
já levou a cinza.
Em Novembro
apercebemo-nos de que já não encontramos a árvore onde escrevemos a canivete o
nome do nosso primeiro amor.
Em Dezembro
decoramos a sala com um pequeno pinheiro de plástico.
E então em Junho do
ano seguinte os dias voltam a ser mais curtos e o fumo cobre-nos o corpo,
entranha-se na roupa, tolha-nos a visão.
Foi isto que
Solvstag me disse e é isto que vos digo.
A NAÇÃO BENFIQUISTA
está em polvorosa.
O querido líder
apareceu nas televisões tentando colocar água na fervura.
Mas não disse o que
os benfiquistas queriam ouvir:
- por que Jorge
Jesus se perpetua no lugar de treinador e não foi embora após o descalabro da
última época.
- por que não são
transparentes as contratações, os empréstimos, as vendas dos jogadores.
- por que se
continua a apostar em obscuros jogadores estrangeiros colocando de lado jogadores portugueses que, raras vezes,
têm uma oportunidade na primeira equipa.
A isto, a muito mais,
Luís Filipe Vieira nada disse.
No que ao país
concerne, faz lembrar o Pedro: o rumo que o Benfica tem seguido nos últimos
anos é para manter.
A família
benfiquista reage muito por impulso. Vale a pena as pessoas não terem a memória
curta. Não vale a pena entrar por um caminho que põe em causa o que fazemos.
Nós crescemos bastante com Jorge Jesus, ele evoluiu bastante connosco. Não
podemos, de um momento para o outro, cortar este ciclo. Seria terrível para o
Benfica começar outro ciclo.
Um das iniciativas
agendadas pela Câmara Municipal de Lisboa, para evocar a efeméride, inclui um
simulacro do incêndio.
Pergunto-me como é
possível que a estupidez, a falta de bom senso, a ausência de sensibilidade ,chegue
a estádios de indigência deste tipo.
Esfregar os olhos
muitas vezes, e com força, para se ficar a saber que é mesmo possível que isto
vá acontecer.
O SINDICATO DA
CONSTRUÇÃO CIVIL denunciou a escalada de situações de escravatura de
trabalhadores portugueses do sector, quer em Portugal, onde recebem 300 euros
mensais, quer no estrangeiro, para onde são levados por angariadores e redes mafiosas.
DE UM ARTIGO de Nuno
Ramos de Almeida no jornal I:
Se lermos a
"História de Portugal" organizada por José Mattoso, verificamos que
no início do século xx, com uma população escassamente alfabetizada, "O
Século" e o "Diário de Notícias" vendiam, cada um, cerca de 100
mil exemplares por dia. Em pleno século xxi, os nossos jornais têm muito
menos leitores. Não foram eles que desapareceram, são os jornais, a comunicação
social e os jornalistas que não estão a cumprir devidamente o seu papel de
informar com qualidade. O que fazem não serve.
Legenda: imagem do Diário Digital.
Legenda: imagem do Diário Digital.
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