Nada de inúteis palavras apenas proferidas pela língua.
O riso deve ter um alvo.
A lágrima deve ter um rio comum onde se deite e corra.
A raiva deve adormecer satisfeita.
A crítica deve atingir os seus fins.
O sono deve acordar a tempo.
O sonho deve saber onde está e o que quer.
E dividir com alguém o sacrifício, a aespera,
a desilusão, a esperança, o
receio
da morte e o caminho da
vida.
As palavras devem permanecer juntas e unidas
no coração dos homens:
Aqueles que estão prontos
A, não acreditando nelas,
Serem capazes de morrer por elas.
E pelos outros
6 de Agosto
de 1970
Raul de Carvalho em Um e o Mesmo Livro, Editorial
Presença, Lisboa 1984.
Legenda: fotografia de Paulo Nozolino.
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