Todos saberemos que o Tete Montoliú era
uma pessoa de baixa estatura e invisual, mas nem todos tiveram a oportunidade
de, privando com ele, apreciar o seu enorme sentido de humor e a sua capacidade
de gozar com o seu infortúnio. Era também um inveterado pinga-amor, sempre com
novas conquistas femininas. Quando chegou a Lisboa, o Francisco Almeida e o
José Soares foram buscá-lo ao aeroporto num FIAT 127. Quando se nos apresentou,
vinha acompanhado da sua última conquista. Uma senhora quase com o dobro da sua
altura e da sua envergadura. Lá se conseguiu meter toda a gente e bagagem no
127, eles atrás e nós à frente. A caminho do hotel, passámos pela Av. de Roma,
onde o antigo Cinema Roma exibia o filme Emmanuelle. Diz a senhora: “Mira,
Tete, está ali um cinema que passa a Emmanuelle.” Resposta instantânea do Tete:
“Quero vir ver.” Silêncio de morte à frente. Olhámos um para o outro, de boca
aberta, como quem diz “Ouvi bem?!”. E era verdade. Fartou-se de insistir e lá
comprámos dois bilhetes. Foram ver o filme e o Tete adorou.
João Paulo
Bessa em Hot News nº 8
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