Gosta de uma canção reaccionária que dá pelo nome de «Quando Sali de
Cuba», de um tal Luís Aguille, e que se transformou num hino dos refugiados
cubanos em Miami e das várias máfias que por ali serpenteiam. Gente que entende
que estrangular Cuba economicamente é um direito perfeitamente humano dos
Estados Unidos. Cuba disso se defender, é uma desumanidade.
Quando Sali de Cuba
Dejé mi vida dejé mi amor
Quando Sali de Cuba
Dejé enterrado mi corazon
Pode-se gostar dos versos da “Guantanamera” de José Marti, mi verso es de un verde claro, e ao mesmo tempo, deste lamento de quem sai de Cuba porque entende que um automóvel e outras mordomias são mais importantes que os cuidados de saúde e educação?
Não devia ser possível, mas é!
Jantares em casa do Luís Mira acabavam com meia dúzia de canções “for the road”: “My Daddy and Me”, do Tom Paxton, “Yolanda”, do Robert Wyatt, “The Lonely Dancer”, do Ian Matthews, “Red River Valley”, do Ed McCandy e “Quando Sali de Cuba”, dos Sandpipers.
Possivelmente vão chamar-lhe alguns nomes. Pensa que é um péssimo número, um atentado a tudo e mais alguma coisa, mas não consegue sequer disfarçar. Há fraquezas a que nunca conseguiu dar a volta e já está velho para mudar. Será, então, justo tudo o que lhe chamarem.
Quando Sali de Cuba
Dejé mi vida dejé mi amor
Quando Sali de Cuba
Dejé enterrado mi corazon
Pode-se gostar dos versos da “Guantanamera” de José Marti, mi verso es de un verde claro, e ao mesmo tempo, deste lamento de quem sai de Cuba porque entende que um automóvel e outras mordomias são mais importantes que os cuidados de saúde e educação?
Não devia ser possível, mas é!
Jantares em casa do Luís Mira acabavam com meia dúzia de canções “for the road”: “My Daddy and Me”, do Tom Paxton, “Yolanda”, do Robert Wyatt, “The Lonely Dancer”, do Ian Matthews, “Red River Valley”, do Ed McCandy e “Quando Sali de Cuba”, dos Sandpipers.
Possivelmente vão chamar-lhe alguns nomes. Pensa que é um péssimo número, um atentado a tudo e mais alguma coisa, mas não consegue sequer disfarçar. Há fraquezas a que nunca conseguiu dar a volta e já está velho para mudar. Será, então, justo tudo o que lhe chamarem.
Daqui a pouco vai acordar com aquela sonolência-turbulência de arrastar os pés após as garrafas de “Murganheira” da véspera. Entretanto, encherá um copo de água e deixará cair o “Guronsan”. Vagarosamente, ficará a olhar as bolinhas efervescentes. Vai pôr um bocadinho de água na estrela de Natal, tirará uma ou duas folhas amarelecidas aos amores –perfeitos e irá à estante tirar a Liberdade, Liberdade, peça de teatro de Flávio Rangel e Millôr Fernandes.
Irá ler:
Os falangistas, grupo de direita, tinham um hino “Cara al Sol".
Nara Leão e o coro cantam:
Cara ao sol, com a camisa nova,
Que tu bordaste, companheira,
Vou sorrindo a encontrar a morte
E não volto a te ver
Voltarão bandeiras vitoriosas
O passo alegre pela paz;
E trarão, vermelhas, cinco rosas
Do sangue do meu coração,
Voltará a rir a primavera
Cara al sol, para sempre eu estarei
Arriba Espanha, Espanha livre
Viva Espanha, meu amor Espanha”
E Paulo Autran, como narrador, adverte:
“Portanto cuidado. As tiranias também compõem belas canções”.
Se não perceberem por que é que isto aparece aqui, não se preocupem. Ele também não, mas o Guronsan está a saber-lhe muito bem…
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