A Casa Grande Romarigães
Aquilino
Ribeiro
Livraria
Bertrand, Lisboa, 1957
O vento, que é um pincha-no-crivo
devasso e curioso, penetrou na camarata, bufou, deu um abanão. O estarim
parecia deserto. Não senhor, alguém dormia meio encurvado, cabeça para fora no
seu decúbito, que se agitou molemente. Volveu a soprar. Buliu-lhe a veste, deu
mesmo um estalido em sua tela semi-rígida e imobilizou-se. Outro sopro. Desta
vez o pinhão, como um pretinho da Guiné de tanga a esvoaçar, liberou-se da cela
e pulou no espaço. Que pára-quedista!
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