Morreu
Pedro Tamen.
Um
poeta de mão cheia, um Príncipe.
É
uma grande perda, mas ficamos com o agasalho dos seus versos, das suas
traduções, do enorme exemplo que nos deixou como pessoa e como
intelectual,
sempre a fugir dos holofotes, das parangonas de jornais
e revistas.
Chave, Klee
És, como Klee
a máquina de chilrear
a liquidez perfeita dos passos,
a música dos surdos.
Que húmido pilar
sustenta, amor, o paço
em que me acoito e durmo
que não seja teu canto
ao canto do meu dia?
És, como Klee,
a virgem matemática
que tudo me desvenda
e sem que eu faça contas
calculas somas, sumos,
entre o covo das ondas
e azul astronomia.
És, como no mundo,
a pintura delida
de que sobrou apenas
um osso branco e flauta.
Pedro Tamen em Rosado Mundo
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