quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

PASSOS DA TAL MORTE ANUNCIADA


 2 de Janeiro de 1969

O Notícias de Portugal, a exemplo da Consoada, também nada diz de como o ditador passou o último dia do seu horrível ano, nem como começou o novo que, lhe trará uma constante de morte anunciada, mas sempre adiada e que só ocorrerá pelo Verão de 1970.

Do findar de 1968 escreve José Gomes Ferreira nos seus Dias Comuns:

Último dia do ano de 1968, tão importante na Vida Portuguesa, em virtude da queda de Salazar e da ascensão do Marcelo Caetano ainda bastante infirme no trono – dizem.
Pelo menos ele faz constar isso nos meios da Oposição aonde chegam lamentos deste género:
- Só tenho o apoio do Presidente da República. E não me admiraria que, em breve, começassem a prender, não só os oposicionistas, mas até os meus colaboradores.
Por outro lado, sabe-se que os chamados «ultras» não perderam as esperanças de baldear o Marcelo a quem consideram traidor. O último Agora, como não pode desfeiteá-lo cara a cara, ataca o Mello e Castro, Presidente da União Nacional, pertencente à esquerda (?) do Regime.

De resto a mesma notícia que há meses tem vindo a ser repetida: estado de saúde com melhoras assinaláveis, inúmeras visitas que as altas figuras do regime, diariamente, ou quase, vão fazendo, as missas que um pouco por todo o país se vão realizando pelas melhoras de sua excelência.

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