domingo, 6 de março de 2022

OLHARES


Na sua casa em Surrey, a 19 de Fevereiro, com 76 anos, morreu Gary Brooker, vocalista e pianista dos Procol Harum.

No fabuloso ano de 1967, estava eu a caminho de Tavira, para cumprir serviço militar, juntamente com Matthew Fisher, letra de Keith Reid, compôs «A Whiter Sahde of Pale».

Vendeu 10 milhões de cópias em todo o mundo, 1º lugar, durante 5 semanas no UK Singles Chart e, contabilidade feita por alto, 1.000 versões.

Dizem, os que sabem, que é o expoente máximo da pop barroca.

Limito-me a copiar-vos o que li nesse lindíssimo livro de António Cartaxo, «Ao Sabor da Música»:

«A primeira grande aventura do jazz pelos meandros da música de Bach terá sido a do francês Jacques Loussier na sua recriação Play Bach , dos anos cinquenta. Depois vieram os Swingle Singers. Provocando no Além um sorriso condescendente em João Sebastião, veio nos anos sessenta o Whiter Shade of Pale, dos Procol Harum, bebido na fonte da Suite Nº 3 do mestre de Eisenach. E de que maneira pegou a forma como Bach ficou exposto ne reinvenção dos Procol Harum… Numa peça levada na Broadway, em 1985, ano tricentenário do nascimento de Bach, assiste-se ao seguinte quadro numa cena do 2º Acto, enquanto se ouve a música da Suite Nº 3 de Bach:

Henry: Ouve, que música é esta?

Annie: gostas?

Henry: Adoro!

Annie: É Bach!

Henry: o ladrão! Roubou a música. Nota por nota. É uma cópia dos Procol Harum. E nem sequer é capaz de tocar como deve ser. Espera. Vou pôr-te o original.

(Começa a ouvir-se Whiter Shade of Pale, dos Procol Harum).»




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