Na sua casa em
Surrey, a 19 de Fevereiro, com 76 anos, morreu Gary Brooker, vocalista e pianista
dos Procol Harum.
No fabuloso ano de
1967, estava eu a caminho de Tavira, para cumprir serviço militar, juntamente
com Matthew Fisher, letra de Keith Reid, compôs «A Whiter Sahde of Pale».
Vendeu 10 milhões de
cópias em todo o mundo, 1º lugar, durante 5 semanas no UK Singles Chart e,
contabilidade feita por alto, 1.000 versões.
Dizem, os que sabem,
que é o expoente máximo da pop barroca.
Limito-me a
copiar-vos o que li nesse lindíssimo livro de António Cartaxo, «Ao Sabor da Música»:
«A primeira grande aventura do jazz pelos meandros da música de Bach
terá sido a do francês Jacques Loussier na sua recriação Play Bach , dos anos
cinquenta. Depois vieram os Swingle Singers. Provocando no Além um sorriso
condescendente em João Sebastião, veio nos anos sessenta o Whiter Shade of
Pale, dos Procol Harum, bebido na fonte da Suite Nº 3 do mestre de Eisenach. E
de que maneira pegou a forma como Bach ficou exposto ne reinvenção dos Procol
Harum… Numa peça levada na Broadway, em 1985, ano tricentenário do nascimento
de Bach, assiste-se ao seguinte quadro numa cena do 2º Acto, enquanto se ouve a
música da Suite Nº 3 de Bach:
Henry: Ouve, que música é esta?
Annie: gostas?
Henry: Adoro!
Annie: É Bach!
Henry: o ladrão! Roubou a música. Nota por nota. É uma cópia dos Procol
Harum. E nem sequer é capaz de tocar como deve ser. Espera. Vou pôr-te o
original.
(Começa a ouvir-se Whiter Shade of Pale, dos Procol Harum).»
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