domingo, 27 de março de 2022

OLHAR AS CAPAS


Elas Estiveram nas Prisões do Fascismo

Colaborações diversas

Capa: fotografia prisional de Albina Fernandes que na PIDE recusou

            ser separada do seu filho no momento da fotografia.

Colecção Páginas de Memória nº 5

Edição da União de Resistentes Antifascistas Portugueses, Lisboa Fevereiro de 2022

Na sequência de uma luta dos presos de Caxias reclamando o internamento hospitalar dado o seu estado de saúde, Georgete Ferreira encontrava-se no Hospital dos Capuchos quando fugiu em 4 de Outubro de 1950. Aqui reparou que um laboratório onde ia fazer análises tinha uma porta que dava directamente para a rua. Pediu então à família que lhe levasse roupa que escondeu. Na referida data em que tinha de se deslocar ao laboratório vestiu a roupa por debaixo do robe. Contou com a cumplicidade de um médico que lhe facilitou a ida a uma casa de banho onde abandonou o robe e mudou o penteado. Na rua aguardava-a um carro pois a fuga tinha sido articulada com a Direcção do PCP.

Georgete Ferreira, natural de Vila Franca de Xira, costureira, funcionária clandestina do Partido Comunista Português, foi membro do seu Comité Central e foi presa em 1949 e 1954, tendo estado cinco anos na prisão de Caxias.

2 comentários:

Seve disse...

Apesar de tudo, a luta destas corajosas pessoas (homens e mulheres) não foi em vão, apesar de totalmente esquecidas para não dizer desprezadas e, pior ainda, às vezes até ultrajadas.

Sammy, o paquete disse...

Um completo acordo com as suas palavras, principalmente com as que termina o comentário: «... para não dizer desprezadas e, pior ainda, às vezes até ultrajadas.»