Na Ucrânia assiste-se a um morticínio terrível e queremos que algo, de muito mau mesmo, aconteça ao filho da mãe do Putin, mas nem Deus, no seu infinito silêncio, ajuda quem nele acredita.
Agora temos que levar com toda essa gajada, que chafurda
nas redes sociais, a exigir que coloquemos de lado a cultura russa.
Por outro lado, vamos lendo que governos europeus
cancelam concertos de compositores russos, a soprano russa Anna Netrebko, que
deveria actuar no MET de Nova Iorque em Abril, já não o poderá fazer, a Royal
Opera House de Londres cancelou a temporada de Verão do Bolshoi Ballet, o
Festival de Música da Primavera, que se realiza todos os anos em Lucerna, cancelou
a presença de todos os artistas russos.
Vão-nos proibir de ler Dostoievsky, Maximo Gorki,
Tolstoi, de ouvir Rachmaninov, Chostakovich, as Danças Guerreiras do Príncipe
Igor, Mussorgsky, olhar os quadros de Kandinsky, os filmes de Eisenstein?
Terei que dizer aos meus netos que a acompananhar os panados já não lhes posso dar Salada Russa?
Porra, mesmo!
Dizia Stravinsky – outro russo – que «a arte postula a
comunhão, sendo para o artista imperioso partilhar com outros a alegria que ele
próprio experimenta.»
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