sexta-feira, 2 de setembro de 2022

O RAIO DA FEIRA DO LIVRO!...


 A Feira do Livro acaba no domingo 11 de Setembro.

Já lá devia ter ido.

Não fosse a fotografia que todos os anos tiro ao pavilhão da & ETC, lembrando as conversas que então tinha com o Vitor Silva Tavares, não iria lá.

A fotografia acima é do Luís Eme no Largo da Memória e faz-me pensar o pior.

Também deixou estas palavras:

«Voltei à Feira do Livro e estranhei-a, mais do que nunca. 

Sei que o problema deve ser meu, por ser  de outro tempo (e querer ficar por lá...), em que os livros não se vendiam em supermercados nem eram produzidos e vendidos como se fossem apenas mais um acessório para as nossas vidas, como um perfume, um vestido ou um casaco.

Acredito que se batam recordes de tudo, tanto no número de editoras presentes (há várias de que nunca tinha ouvido falar, das tais que podiam muito bem estar ali a vender "batatas" em vez de "livros"...) como nas vendas. Nas praças dos dois grandes grupos editoriais, formavam-se filas para se pagar. O que até se compreende, pois conseguiram meter no bolso as editoras mais interessantes e com melhores livros e autores deste nosso pequeno país...

Mas também sei o quanto devem ser importantes para toda a gente que vive (ou finge viver...) dos livros. Como fui a um dia de semana, não encontrei escritores à espera de leitores e a assinar os seus nomes na folha de rosto dos livros que escreveram, mesmo que pensassem que estariam bem melhor deitados numa praia sossegada que naquela "costa de caparica" dos livros. Mas este é um dos "fados" de quem escreve livros...

 Claro que não vou falar da "banalização" que têm feito do livro. Sei que muitas das tais editoras emergentes só existem para satisfazer os caprichos daqueles que não querem deixar este mundo "sem deixar um filho, plantar uma árvore e escrever um livro" (desconfio cada vez mais que esta frase nasceu de algum editor...). E por causa desse capricho há pessoas que até são capazes de "pagar dois livros" pelo preço de um, para gáudio de quem precisa deste conjunto de folhas impressas para comer. Uma boa parte destes autores acabam por  perceber, que afinal só alguns primos e vizinhos é que sentiam alguma curiosidade sobre o que estava dentro das suas histórias ou poemas. 

Mas quando percebem, é quase sempre tarde demais. Afinal não são bem escritores, apenas pagaram a impressão de um livro com as suas palavras...»

2 comentários:

Luis Eme disse...

(Espero que o meu "pessimismo" não seja contagioso, Sammy. Talvez fosse apenas à feira no dia errado... porque as feiras querem-se é para vender livros. Mas há qualquer coisa de artificial (provavelmente muito) nestas novas editoras que parecem ter aparecido do nada e que "inventam" livros e escritores...)

Sammy, o paquete disse...

Os dias errados serão sempre os sábados e os domingos.
O resto é apenas uma memória do que foram outras feiras. O que mais senti pelas trasnformações que a feira foi sofrendo, reside no facto de as editoras deixarem de editar catálogos. Chegar a casa carregado de catálogos e livros. Um alegria diferente e parte auxiliar para ver, com calma, livros para compras futuras que muitas vezes aconteciam na feira do próximo ano.
De resto a feira tem sempre aquela vista fabulosa até à margem sul.
Outra pena que sinto é a falta da cor e do perfume jacarandás quando a feira se realizava em finais de Maio/princípios de Junho.