Nunca se esquecerão estes cafés ou estas pastelarias
provinciais tão exactas e barulhentas nos Domingos de Fevereiro. Às vezes ainda
retardam as decorações natalícias. Mas o que melhor exibem são as taças e
galhardetes ganhos pelo grupo desportivo local entre as escassas garrafas das
prateleiras. Uma salamandra ou uma braseira rodeiam-se de gente comunicativa
das bandejas e do incansável moinho de café. O «cheirinho» no café. A humidade
mostra-se nas paredes sob as desafiadoras beldades tropicais dos calendários.
Cinzeiros improvisados. Uma raposa embalsamada sobre o televisor. Os empregados
transtornados pela muita solicitação. Uma cerveja que se entornou. A serradura
que junta cascas de tremoços e amendoins pelo chão. As cores excessivas da
televisão. E o relato de futebol por fundo. E as vozes a subir de tom. E a
tosse. E a criança que começa a chorar. E o cão que entra para ser escorraçado.
Oh estes cafés são os foros das antigas comunidades.
Legenda: fotografia de Willy Ronis
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