quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O TEU ROSTO DE CRISTO GUERRILHEIRO


 No 8º volume do seu Diário, Miguel Torga, sobre a morte do Che, colocava este poema:

Não choro, que não quero
Manchar de pranto
Um sudário de força combativa.
Reteso a dor, e canto
A tua morte viva.

A tua morte morta
Pelo próprio terror em que ficaram
À sua frente
Aqueles que te mataram
Sem poderem matar o combatente.

O combatente eterno que ficaste,
Ressuscitado
Na voluntária crucificação.
Herói a conquistar o inconquistado,
Já sem armas na mão

Quem te abateu, perdeu a guerra santa
Da liberdade.
Fez brilhar na manhã do mundo inteiro
Um sol de redentora claridade:

O teu rosto de Cristo guerrilheiro.

Sem comentários: