Há dois meses, Urbano Tavares Rodrigues deixou-nos.
Miguel Real escreveu no JL:
Sim fizeste bem em partir, já não devias ter paciência para escutara a
elite que nos governa há dez anos a envergonhar-se do país, a qualificar a
população de atrasada, rude, inculta, selvagem, preguiçosa, gastadora e a
convidá-la a emigrara. Em breve, apelará aos idosos para morrerem o mais depressa
possível para que as contas da segurança social fiquem equilibradas. Em breve,
os cemitérios serão privatizados e quem não tiver dinheiro para o seu talhão e
a sua tumba, terá de se contentar, como Camões, com a vala comum.
Sim, fizeste bem partir.
Adeus Urbano.
Passados que são dois meses já poucos se recordam de Urbano
Tavares.Rodrigues
Quantos o irão ler, ou continuarão a ler?
A resposta não é difícil: uma esmagadora minoria.
Não acontece, como há bem pouco, pela morte do poeta
irlandês Seamus Heaney, Miguel Esteves Cardoso escreveu no Público:
Não há melhor morte
para um escritor do que continuar vivo – e a ser lido.
Legenda: imagem do Público.
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