Há 70 anos, no
nº 30 da Avenida Guerra Junqueiro, a Mexicana abriu portas.
Um dos símbolos
das Avenidas Novas, zona-menina-bonita dos olhos do salazarismo.
Uma lindíssima casa,
concebida e decorada com gosto, o charme dos anos 50/60, mas que nos últimos
tempos tem sofrido diversas alterações que não a beneficiaram, bem pelo
contrário.
Não houvesse a
circunstãncia de estar considerada com imóvel de utilidade pública, e o crime
seria bem mais desastroso.
A Praça de
Londres, a Avenida de Roma, chegaram a constituir uma respeitável concentração
de cafés e pastelarias.
Desse conjunto
resta a Mexicana e, já perto da Avenida dos Estados Unidos, o Vá-Vá e
a Luanda.
Tudo o resto,
pelos motivos mais diversos, fechou portas.
É assim que se
envelhece…
Não havia ida ao
Cinema Star ou ao Cinema Londres sem uma paragem, antes ou
depois, na esplanada da Mexicana.
A efeméride é
motivo para ir buscar um velhinho texto do Jorge Listopad:
Não sei porquê, mas habitualmente em Dezembro, a
alguns dias ou semanas antes da ditadura directa do Natal, regresso, se
possível, num dia solarengo, à Mexicana. Matar saudades? Saudades de quê? O
repouso anual do guerreiro, nesse café arquitectonicamente, na sua época bem
pensado (este ano um tanto restaurado e limpo), hoje o ninho da terceira idade com
o passado modernista das Avenidas Novas. Portanto, acomodo-me, tomo a bica e
“croissant perfeito, para depois continuar nesta balbúrdia entre Marks
&Spencer e os livros da Barata. Muito a observar: a cidade.
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