«Hoje na Sábado escrevo sobre Crónicas,
de Bob Dylan (n. 1941), autor que corrobora o que a Antiguidade Clássica nos
ensinou: todo o poeta é um cantor. Só um profundo desconhecimento do que é a
poesia justifica a celeuma gerada em torno da atribuição do Prémio Nobel da
Literatura. Afinal, a poesia começou por ser cantada. Crónicas, agora
reeditado, é o primeiro volume das memórias do homem que deveio porta-voz de
uma geração. Começa com a chegada a Nova Iorque em 1961: «O que quer que eu
andasse a fazer estava a dar resultado, e eu tencionava continuar assim. Sentia
que estava a chegar a algum lado.» Numa prosa escorreita, Dylan descreve
peripécias da sua vida pessoal, o quotidiano de Manhattan, em especial o milieu do
Village, encontros com artistas e poetas, detalhes relacionados com a música que
escreveu, política americana, o activismo de Joan Baez, retratos de terceiros,
provocações dos media, como quando a revista Esquire publicou «um
monstro de quatro caras» — a sua, misturada com as de Malcolm X, Fidel e
Kennedy.» [Eduardo Pitta, no blogue Da Literatura, a propósito de crítica a Crónicas,
de Bob Dylan, na revista Sábado, 15-12-2016]
De Bob Dylan, a Relógio D’Água publicou também Canções,
volumes 1 e 2, e Tarântula.
Tirado do site
da Relógio d’Água
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