Enquanto, dentro de portas, ouvíamos as histórias de
infância de uma filha da terra, as galinhas passeavam-se pelo jardim. Lá fora,
cheirava a campo; na cozinha a Natal!
«Na noite de 24, ardia-se um canhoto, assavam-se e
debulhavam-se as pinhas, retiravam-se os pinhões» e faziam-se jogos em família,
conta Fernanda Pimenta enquanto nos prepara a roupa velha na cozinha da Taberna
Pimenta, a funcionar desde 1958. O negócio era do pai, assim como o desejo que
alguém lhe desse continuidade.
Na mesma lareira de chão onde sempre se cozinhou, o
fogo ardia brando como branda foi a nossa conversa. Fernanda lembra que os
preparativos do natal começavam a 23 ou 24 pela manhã. Faziam-se mexidos,
rabanadas, aletria. Logo ao almoço de 24, servia-se arroz de polvo, polvo
cozido, bacalhau assado na brasa. À noite, o bacalhau cozido era o rei. Mais
tarde chegavam os presentes: aos 5 anos, recebeu um chapéu de chuva vermelho de
que se lembra até hoje. Continua a preparar o natal da mesma forma de sempre.
Do que mais sente da festa de outrora? «Dos pais que já cá não estão».
ROUPA VELHA
500 g de bacalhau
500 g de batatas
1 kg de couve
2 ovos cozidos
1 cebola e 2 dentes de alho
Azeite e vinagra tinto, q.b.
Num tacho, coloque a cebola e o alho bem picadinhos,
com o azeite. Deixe refogar e vá acrescentando as batatas partidas em cubos, as
couves e o bacalhau já lascado.
Mexa bem e cozinhe, para apurar, em lume brando. Acrescente
os ovos e deixe apurar mais um pouco.
Quando estiver pronto, junte duas gotinhas de vinagre
tinto e envolva tudo novamente.
Disponha numa travessa e, por cima, coloque rodelas de
ovo.
Taberna Pimenta, Lugar do Côto, 186, Pico S.
Cristóvão, Vila Verde
Em «Mais»,
revista Lidl
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